Intuição de mãe

 

Eles andavam chorões, muito chorões...
Um deles ia com o dedo ao ouvido, mas quando eu pressionava sorria com os dentes todos, e já são muitos.

Mandei SMS ao pediatra.
Mandou-nos ir passado 2 dias.

No dia da consulta estavam super bem-dispostos, pensei que ia fazer figura tola na consulta, o Maisquetudo ainda me perguntou se queria mesmo ir.
Fomos.

Esperamos 3 horas pela nossa consulta, já estava a desesperar, eu e eles.

Pensei desistir da consulta.

Não tínhamos marcação e tivemos de ficar à espera de um buraquinho entre as consultas marcadas.

Resultado:

 - T: otite nos dois ouvidos para outro.
Medicação.
  - P: otite num ouvido e uma bronquite.

Medicação e ginástica respiratória.

Chegámos da farmácia:

 - 2 antibióticos orais

 - 1 antibiótico local

 - 1 brufen

 - 1 benuron

 - 1 aéreos

Ass.:
Eu mãe

Como é que disseste ao pai que gostas dele?

 

Num dia destes...

Eu e o mais que tudo demos um beijo.

Sim, 3 filhos depois, felizmente ainda há demostrações de afeto pelos 2 adultos da casa.

Mas a mais nova que estava atenta: 

 

Ela: Como é que disseste ao pai que gostavas dele?

Hum...

Admito que fiquei um bocado estarrecida com a pergunta, não estava à espera.

Mas o Maisquetudo resolveu a questão:

 

Maisquetudo: Demos um beijo na boca!!!

 

Está o assunto resolvido, pensei.

Pensei mal.

 

Ela: LÁ NA ESCOLA TAMBÉM HÁ MIÚDOS QUE DÃO BEIJOS NA BOCA ATRÁS DO PAVILHÃO DO ATL!

 

As maiúsculas são mesmo sinal de que ela gritou a dizer isto e gritou de empolgada. 

Ai ai ai que isto começa a descambar, penso.

 

Eu: Bom, mas com certeza que são meninos mais velhos.

Ela: NÃO SÃO NÃO, O D É DO 2.º ANO E DEU UM BEIJO À PRIMA DA AB.

Eu: Pronto, pronto, são mais velhos do que tu, meninas da tua idade não dão beijos na boca.

Nem um ano falta para ela ir para o 2.º ano.
Medo!!! Ai o que vem para aí...

Ass.:

Eu mãe assustada

 

Parentescos...

- Sabes mãe, eu e a AB fingimos que somos primas porque temos o mesmo apelido e eu e a ME fingimos que somos irmãs.
 - Porquê filha?
 - Porque tu e o pai da ME andam sempre juntos.
 - COMO É QUE É????
 - Sim, quando me vais buscar e o pai dela também vocês ficam a conversar.

OK, ainda bem que o Maisquetudo não ouviu isto.

O pai da ME foi meu colega da escola dos 11 aos 15 anos, não nos vimos durante 21 anos e descobrimos que as nossas filhas andam na mesma turma este ano.
As 5 vezes que o encontrei à porta da escola, se não foram 5 foi à volta disso, sei lá, 2 das quais com a nossa diretora de turma, trocamos todos algumas palavras:

 - Olá, tens a tua filha aqui.
 - Sim e a tua?
 - Ah que giro.
 - Ah e tal, tens gémeos, eu tenho um bebé de 4 meses
 - ...

Não passou disto, OK?
Daí até andarmos sempre juntos...

Ass.:
Eu mãe a explicar o que não precisa de ser explicado

Está tudo bem

A propósito disto, está tudo bem.

A M entalou o dedo, mas não precisou de ir ao hospital.
O T esteve com febre, já passou, só está com a cara toda sarapintada com sinais de sangue.
Dizem aparecer em algumas crianças quando fazem esforço.
Parece que ele esteve muito tempo a chorar...
O pediatra por mensagem também diz que não há problema.

Já passamos mais um dia.
Vitória!!!

Ass.:
Eu mãe

Porque uma mãe também serve para isto

Numa manhã destas eu, os gémeos e a M a entrarmos no carro para a distribuição habitual...

Eu abro as portas e enquanto coloco os gémeos nas cadeiras a M entra e fecha a porta:

 - MAMÃAAAAAAAAAA!!!
 - Entalei a mãooooo, depressa abre a porta!!!!

Olho para ela está com o maior ar de agonia, a chorar e com a mão presa na porta do porta-bagagens.
Don't ask ela entra pelo porta-bagagens.

Eu, com um gémeo no marsúpio, o outro no ar a  caminho da cadeira, coloco-o na cadeira e rezo para que não se lembre que não tem cintos e pode sair sozinho da cadeira.
Vou atrás do carro.
Abro o porta-bagagens.
Corro para a porta onde deixei o P sem cinto na cadeira.
Coloco o cinto.
Ela chora.
Dou a volta ao carro e coloco o T na outra cadeira com o respetivo cinto.
Fecho as portas todas com eles lá dentro.
Corro para casa.
Enfio 4 cubos de gelo num saco.
Agarro num pano saio.
Imagino os ossos dos dedinhos da miúda estilhaçados.
Corro para o carro onde deixei os 3 miúdos sozinhos.
Sento-me com ela no porta-bagagens a colocar gelo nos dedos.
Explico-lhe que deve colocar gelo durante 5 minutos e descansar e depois colocar novamente 5 minutos. E que se precisar de mais gelo para pedir à Tia-S (uma contínua da escola que os miúdos todos chamam de Tia).
Dou-lhe beijinhos e "lambo-lhe" as lágrimas.
Conduzo até à escola, onde ela me diz:

 - Mãe, não preciso do gelo, se precisar ao peço à Tia-S.
 - Não filha leva, assim podes ir pondo até encontrares a Tia-S.
 - Não, mãe, a sério, eu prefiro o da Tia-S.

E foi assim que percebi que uma mãe também serve para ser trocada pela auxiliar da escola e fiquei tão feliz!!!

Ass.:
Eu mãe

Eu não disse?

A última vez que "visitei" o hospital foi à 12 dias, por causa do dito vírus.
Pois já me ligaram da escola a dizer que um tem febre e já vomitou.
Se não for ao médico hoje, amanhã ou depois estou lá caída.

Ainda querem mesmo perguntar se está tudo bem?

Ass.:
Eu mãe

A família a aumentar...

 

E não é que os bichos estavam mesmo à espera da casa nova!!!
No dia seguinte nasceram logo 2.
Azar o deles que não havia comida e eu não chego à árvore.
Finaram.
Agora já temos comida, o A consegue chegar aos ramos ainda com muito pouca folha, mas já os conseguimos alimentar.

A M anda a adorar, todos os dias lhes quer mexer, e contar...à falta de um animal doméstico, temos bichos da seda.

Ontem, contámos 52.

Acho que está na hora de partilhar...

 

Ass.:
Eu mãe menina

Eu não me vou queixar

 

Não, eu não me vou queixar que esta noite acordei às 00.30 dar leite ao P.
Depois às 2.10 dar leite ao T
Depois às 5.00 dar leite ao P
Depois às 6.30 porque o T já tinha dormido tudo.

Não, eu não me vou queixar porque já lá vão 15 meses e já devia estar habituada.
Noites em que dormem os 2 seguidas os dedos de 1 mão sobram para as contar.

O pediatra diz que é normal, que eles são assim e o estarem doentes não ajuda.
Mas que custa, custa.

 

Ass.:
Eu mãe

No outro canto do mundo

Ao ouvir as notícias, falaram na Austrália...

Ela: A Austrália é muita longe!
Eu: Pois é filha, é mesmo no outro canto do mundo.
Ela: Mas o mundo não tem cantos!

Ass.:
Eu mãe

A festa!!!

 

Pois a festa...

Foi linda.

 

Tirando o facto de eu, a mãe, vá e comigo o pai e os irmãos, apenas termos ido na altura de partir o bolo, acho que foi perfeita.

 

Pois...sim...como não podia deixar de ser, apanhei o vírus dos gémeos e andei a vomitar a noite toda.

Comecei a ficar mal disposta às 21h, não consegui sequer dobrar os livrinhos das ofertas.

Deitei-me na esperança que fosse só cansaço.

Mas não, vomitei às 23h, 24h, 1h, 2h, 3h, 4h e às 5h foi a ultima vez.

Escusado será dizer que às 8 horas não tinha forças para levantar um braço.

Os gémeos, foi o Maisquetudo que tratou deles a noite toda, de todas as vezes que foi preciso ir ao quarto deles, foi ele.

Liguei à tia.

Salvou-nos a tia que veio para nossa casa às 8.30, deu o pequeno almoço aos gémeos, levou a princesa, foi buscar a avó e levaram todos os apetrechos que tinha em minha posse para a festa.

Montaram a festa com a mãe da amiga e ainda teve tempo para me ir fazendo a reportagem fotográfica da festa.

 

Nós, nós lá aparecemos mesmo no fim da festa, mas a tempo de cantar os parabéns às princesas mais giras do universo. 

E mais uma vez, obrigada.
Se isto não é ter amigos, não sei o que é.
Apesar de todos os percalços, sinto-me feliz por causa de vocês, Maisquetudo, avó, tia, mãe da B.

Fim da novela.
Para a semana deve começar outra.

Ass.:
Eu mãe

A véspera da festa

Ah! Pois... a festa!
A miúda fez anos e tem direito à sua festa.
Não é pelas cenas daqui, daqui e daqui que a festa é cancelada.
"The show must go on!"
Em casa com os miúdos a vomitar, ainda consegui, fazer gelatinas e fazer o bolo.
O resto?
O resto valeu-me ser precavida e ter grandes grandes amigos.
As compras estavam feitas e todas as coisas orientadas com a mãe da amiga que fazia a festa connosco.
Foi incansável e só com a ajuda dela as coisas correram tão bem.
A M esteve o dia inteiro com ela, talvez isso mesmo a tenha salvo de apanhar o vírus dos irmãos e ter gozado cada minutinho da festa e preparativos.
Fizeram as espetadas de gomas, vieram buscar o bolo, montaram, rechearam e decoraram.
Ao fim ao cabo acho que a M adorou todos os momentos e eu mãe fechada em casa, fico feliz por me ajudarem a fazer uma miúda feliz.
Já disse obrigada?
Mais um obrigada à AMF.

Aguardem...
Cenas do próximo capitulo no post seguinte.

Ass.:
Eu mãe

Desfile de carnaval

Pois então com as cenas descritas aqui e aqui o dia do desfile de carnaval foi diferente do habitual.
A M habituada a que a mãe vá ver o desfile todos os anos...este ano ficou-se pela mãe da amiga a ver.
Os gémeos com 4 fatos angariados para vestirem, ficaram-se pelos pijamas.

Não tenho palavras para agradecer a reportagem feita, aquele toque no vestido para que o aro fizesse o que deve fazer (muita muita roda), valham-nos os telemóveis de ultima geração para termos vídeo-chamadas a ver a miúda mascarada enquanto trocamos roupas vomitadas (sim, porque a cena continuou ainda mais um dia).
Obrigada, obrigada, obrigada.

Nós, por casa ficámos.
Umas horas melhores outras piores...

Mas isto não acaba aqui...
Aguardem...
Cenas do próximo capitulo no post seguinte.

Ass.:
Eu mãe

Mais uma visita...

Não há uma única semana que nós não vamos visitar o hospital.
Pois então desta vez, começou aqui.
Eram 21h30m,  pedimos ajuda à avó para ficar com a mais velha em casa e lá fomos.
Na triagem, por muito que tenhamos dito que eles não param de vomitar, mas não paravam mesmo sem comer nada de nada, deram-nos o tão famoso soro oral.
Era um cenário lindo de ser ver.
Eu com um ao colo, fralda de pano em punho o pai com o outro ao colo e fralda de pano em punho.
E assim tivemos mais 1 hora com eles a vomitar de 10 em 10 min.
Como é obvio já não havia nada para vomitar, já era bilis e o dito soro que nos deram.
Indo para o gabinete da médica:
 - Há quanto tempo não vomitam?
 - Há 3 minutos.
 - Hum...
Nisto começa um a mexer-se e a querer vomitar.
Lá sai um bocadinho de saliva misturado com uma ranhoca muito muito amarela-esverdeada.
Este tranquiliza-se.
Começa o segundo e a cena repete-se.
A médica lá decide.
 - Há um medicamento muito bom para parar os vómitos, nós tentamos dar oralmente, mas se eles não param de vomitar não vai fazer efeito. Eu acho melhor dar pela veia. Normalmente não queremos, mas vai ter de ser.

Lá ficamos mais 1 horinha a ver se paravam de vomitar.
Pararam felizmente.
Mais uma hora para ver se aguentavam o soro no estomago.
Aguentaram.
E fomos para casa.

E foi assim que às 2 da manhã esta mãe andava a lavar casas de banho com portas e  armários incluídos e chão de quartos.


Cenas do próximo capitulo no post seguinte.

Ass.:
Eu mãe



 

Como sujar 15 fraldas de pano em 1h30m

É muito simples.
Inicia-se com um vírus na escola.
Evolui com um vomitado a caminho de casa, sujando cadeira do carro, casaco e restante roupa.
Chegando a casa, gémeo 1 vai-se direto para a banheira.
Enquanto está na banheira, o gémeo 2 inicia o seu vomitado para cima do pai, porta da casa de banho e chão.
O gémeo 1 sai da banheira e vai vestir-se, fazendo o seu segundo vomitado em cima da roupa lavadinha e no meio do chão do quarto que dado o caos instalado é limpo com a primeira fralda que está à mão.
O gémeo 2 vai para a banheira, não sem antes ter vomitado novamente desta vez para uma fralda de pano.
O gémeo 1 volta vestir roupa lavada e volta a vomitar. Desta vez já para uma nova fralda de pano, sujando apenas um pouco a camisola.
Valha-nos a experiência destes pais.
Pede-se ajuda à mana mais velha, mas ela que não entre no quarto, não vá também apanhar o vírus.
O gémeo 2 sai da banheira e veste roupa lavada.
Começa novamente com vómitos havendo nova fralda de pano a amparar.
...
E é isto durante 3 horas ao fim das quais vamos ao hospital.
Cenas do próximo capitulo no post seguinte.

Ass.:
Eu Mãe

PS - Novela iniciada há uma semana atrás...