sexta-feira, 10 de julho de 2015

"No tempo das cesarianas"


Ninguém me pediu a opinião, mas eu dou na mesma.
Afinal é para isso que tenho um blog, certo?

Há uns tempos deu esta reportagem na sic.

No meu caso, a M estava sentada, ainda andei a pesquisar técnicas para que ela pudesse dar a volta, mas eram técnicas dolorosas para mim e sem saber o quanto doloroso seria para ela.
Fiquei triste sim, fiquei.
Queria um parto normal, não só por todas as vantagens estudadas para mim e para o bebé, mas pela parte romântica da coisa.
Era a minha primeira gravidez, bebé desejado há anos e acho romântico aquela coisa de estarmos em casa, as águas rebentarem, ou começar a ter as contracções (as minhas amigas dizem que sou louca e que contracções não tem nada de romântico), olhar para o relógio...chamar o Maisquetudo...
Aquele "está na hora"!!!
O bebé ter escolhido aquela hora, aquele dia, estaria escrito nas estrelas.
OK ok, eu sei que mesmo os partos normais nem todos são assim, mas era isso que eu sonhava e queria para nós.
E depois havia o bicho papão da cesariana.
É uma cirurgia, pós-operatório muito mais difícil, o leite que demora a vir...

Agora deixem que vos diga
Não tive um parto normal. Sim, foi cesariana, foi programado, mas foi programado por mim.
O médico aconselhou marcar para as 38 semanas, mas eu estava bem, ela também, porque não podemos esperar mais um pouco?
Negociámos, e marcámos a cesariana para as 39 semanas.
Não dormi nada na noite anterior, tal era a ansiedade de ir conhecer cá fora a minha menina.
E tivemos a nossa viagem ansiosa romântica  até ao hospital.
Fomos os 2 de mãos dadas naquele que era o dia que íamos conhecer a nossa menina.
Tivemos a sorte de puder ter a nossa menina num hospital privado, pelo que o Maisquetudo esteve sempre presente (entendo as reservas de o pai não estar presente em algumas cesarianas, mas não é preciso ser radical, se tudo se prevê que corra bem, qual é o mal? Não entendo os hospitais públicos nisso).
Não, não tive a minha menina nos braços mal nasceu, mas ouvi o seu primeiro choro, tive o Maisquetudo ao meu lado a relatar-me o que lhe faziam, ele foi para ao pé dela enquanto vestiam a roupinha que escolhemos para este seu primeiro dia de vida neste mundo.
E tive um parto romântico. Porque romântico é amor e foi com muito amor. Foi o nosso parto.

Quanto a pós operatório, nunca tive dores ( não sei se o meu médico me drogou demais, é possível), mas tive logo leite e ela estava a mamar 1 hora depois de nascer.

Quanto a ela, ela foi sempre uma bebé tranquila, teve algumas cólicas sim, mas nada de especial, nunca nos levou aos arames nem nada que se pareça.
Teve as doenças normais que todas as crianças têm ( falta-me a varicela, estou quase a colocar um aviso aceita-se convites para festa de varicela), nunca teve qualquer alergia, pelo menos para já, é esperta, viva e mesmo não a tendo nos meus braços assim que nasceu (já que eu estava de braços estendidos que nem um Cristo) não passo sem ela e ela sem mim.
A nossa vinculação é única, sou mesmo acusada por ser demasiado agarrada a ela e ela a mim.
Cheirei-a quando tive de cheirar, vezes sem conta e ainda o faço.
Beijei-a quando tive de beijar e ainda o tento fazer apesar de ela às vezes não me deixar.

Portanto, não, a forma como a minha menina nasceu não foi menor comparativamente a um parto normal.
Se foi um caso isolado, se calhar foi e eu sou uma mãe cheia de sorte, mas não acredito, acredito que há muitas e muitas mulheres cheias de sorte como eu.

Eu até acredito nos estudos de investigação que a cesariana tem menos vantagens (para ser simpática e não utilizar as palavras bem mais fortes que alguns investigadores usaram). 
Acredito sim.
Mas também não me vou ficar a crucificar por os meus 3 filhos terem nascido de cesariana (já sei que os gémeos também terão de nascer desta forma).
Nem tão pouco os vou tratar como coitadinhos vão ter mais doenças ou vão ser menos inteligentes.
Há uns anos atrás as investigações também apontavam para o autismo ser uma consequência das vacinas e hoje em dia esse estudo foi provado como falso pelo meio cientifico.

Agora, se há interesses económicos, se os médicos se aproveitam da ignorância e/ou insegurança das suas grávidas para ganhar mais uns milhares?
Sim, acho que deve ser combatido, tal como os médicos que passam atestados falsos, como toda a gente corrupta que anda neste país deve ser punida.

A minha primeira experiência com cesariana foi assim, pode ser diferente da próxima, vamos ver...

Ass.:
Eu mãe

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