A cesariana para o teu nascimento estava programada para o dia seguinte.
Eu gritava para o teu pai que era impensável ir para a maternidade sem ver o teu berço montado e lindo na nossa casa, na casa que te iria acolher.
Ele tentava acalmar-me que isso não tinha importância nenhuma, que ele o colocaria nos dias em que estivessemos na maternidade.
Mas eu estava nervosa, queria ver, ver tudo prontinho para a tua chegada.
A tua avó fez-me a vontade e foi ao serão entregar-nos o berço e os 3 montámos aquela que iria ser a tua caminha durante 5 meses.
Agarrei-me a ela a chorar baba e ranho. A minha mãe, iria sempre continuar a ser a minha mãe, mesmo depois de eu me tornar mãe.
Não dormi nada nessa noite a imaginar como seria o momento em que te iria ver cá fora pela primeira vez.
Se me iria apaixonar logo por ti ou se iria demorar alguns dias a percebe-lo.
Se iria ser capaz de tomar conta de ti, eu que no alto dos meus 29 anos, ainda me sentia a menina da minha mama.
Se...e se...e se...
Mas sabes que mais?
Apaixonei-me por ti no momento em que fiz o teste de gravidez e te soube na minha barriga.
E hoje, com 34 anos, sou tua mãe, mas não perdi o meu lugar de menina e posso ser menina com os meus pais, com o teu pai ou mesmo contigo.
Porque hoje e sempre quero ser mãe, mulher menina.
Ass.:
Eu mãe mulher menina
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