quinta-feira, 12 de março de 2015

Dá para congelar o tempo?


Primeiro congelava um Bebé.
Assim já grandinho sem termos medo que se vá partir a cada pegadela de colo. Aquele bebé com refegos, que podemos lambuzar de beijos repenicados sem ele se queixar queixa-se o pai do cheiro de baba dos beijos, mas isso são pormenores. Aquele cheirinho a bebé e o ainda não saber dizer que não.

Depois também podia congelar uma criança.
A dizer coisas como: "Boa noite mamã"; "Também adoro os teus beijos"; "Amo-te até ao infinito".
Aquelas partes boas de abracinhos apertados, o querer sempre agradar e ajudar. Dar beijinhos em formato de coração.

Na parte dos adolescentes congelava uma boa fase. Sim, também há partes boas nos adolescentes. Pode não haver beijos nem abraços, pode não haver demostrações de amor. Mas que elas existem, existem. Aquele olhar de admiração quando descobrem que afinal os pais até sabem alguma coisa, aquele espanto porque dizemos exatamente o que eles estão a pensar, mas que eles não sabiam que nós sabiamos, esta parte até é facil uma vez que para eles nós não sabemos nada de nada, mesmo.

Pensando bem e daqui para a frente? Se calhar vão haver partes que também irei gostar de congelar.
A entrada para a universidade, o primeiro emprego, netos? será que vou ter netos?

Epá, se calhar é melhor não congelar nada e deixar a vida seguir.

E afinal é isso mesmo, todos os congelamentos que quero fazer, já estão feitos, já estão todos gravados na memória do meu coração.

Ass.:
Eu mãe

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