Agora sim posso dizer que o susto passou.
O T teve uma bronquiolite com o vírus VSR.
Teve de ser internado e o irmão teve de ser despistado para ver se não tinha o vírus.
Foram dias difíceis, muito difíceis.
Quem me conhece sabe que nesses momentos não existo para o mundo, não escrevo, não comunico a não ser com as pessoas que me são realmente importantes.
Foi um susto.
Um susto que já passou.
Se deixou sequelas?
No meu coração sim.
Esse coração de mãe que se tinha de dividir entre os 2 bebés, um em casa outro no hospital.
Esse coração de mãe que só se apaziguava sabendo que nos momentos em que não estava com um dos bebés o pai estava lá.
Esse coração de mãe que se desdobrou em tarefas para tentar sentir um bocadinho menos toda a angustia que estava a viver.
Esse coração de mãe que se agarrava aos outros filhos e pensava no que estava longe.
Esse coração de mãe que vê o seu bebé de um mês ligado a maquinas e mais maquinas que apitam ao mínimo gesto.
Esse coração de mãe que sente as queimaduras na cara do seu bebé dos adesivos que seguram o oxigénio.
Esse coração de mãe que se aperta quando chega ao quarto e vê 5 médicos a olharem para o seu bebé e a darem ordens às enfermeiras para darem adrenalina e refazer os exames todos novamente. Esse coração de mãe percebe que algo de muito mau acabou de acontecer com o seu bebé.
Foi um susto.
Um susto que já passou.
Um susto seguido de outro susto.
O P começou com febre 2 semanas depois do T estar em casa.
Não sabendo o que tinha, os médicos também o queriam internar.
Valeu-me, infelizmente, já conhecer os cantos à casa, já conhecer os procedimentos, já conhecer as médicas e enfermeiras e elas a nós, para estar um pouco mais tranquila e saber que ali iriam tratar o meu bebé da melhor forma possível, internado ou não.
Mas o coração aperta-se.
Aperta-se muito.
E o filme parece que se quer repetir.
Mas lá no céu, tenho os meus anjinhos e o P não ficou internado.
Após 3 dias seguidos de idas às urgências para reavaliações viemos para casa com uma otite diagnosticada.
Foi outro susto.
Um susto que já passou.
Se deixou sequelas?
No meu coração sim.
Se há doenças muito piores?
Há.
Se há dores muito maiores?
Concerteza que sim.
Mas esta foi minha, e sim deixou sequelas no meu coração.
Sequelas que me dizem para viver ainda mais intensamente.
Aproveitar ainda mais os meus bebés.
Aqueles sorrisos rasgados.
Aquelas bocas sem dentes.
Aqueles olhares maravilhados e maravilhosos.
Aqueles olhos cinzentos.
Aquelas bocas a chuchar mesmo que sem chuchas.
Aquelas bocas abertas e braços agitados assim que percebem que faltam uns meros segundos para saciarem a sua fome.
Aquele cheirinho de bebé.
Aqueles ahhh ohhh que nos querem dizer tudo (a M perguntou se eu percebia o que eles diziam, claro que percebo).
Aquelas mãozinhas que nos agarram e puxam os cabelos.
Aquelas bochechas gordas que só dá vontade de beijar.
Aqueles abraços apertados que digo à mana para não dar com medo que os aperte demais e depois dou eu no recato dos nossos dias a 3.
Aquelas bocas sem dentes.
Aqueles olhares maravilhados e maravilhosos.
Aqueles olhos cinzentos.
Aquelas bocas a chuchar mesmo que sem chuchas.
Aquelas bocas abertas e braços agitados assim que percebem que faltam uns meros segundos para saciarem a sua fome.
Aquele cheirinho de bebé.
Aqueles ahhh ohhh que nos querem dizer tudo (a M perguntou se eu percebia o que eles diziam, claro que percebo).
Aquelas mãozinhas que nos agarram e puxam os cabelos.
Aquelas bochechas gordas que só dá vontade de beijar.
Aqueles abraços apertados que digo à mana para não dar com medo que os aperte demais e depois dou eu no recato dos nossos dias a 3.
Ass.:
Eu mãe mulher menina
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