sexta-feira, 4 de novembro de 2016

"Passou-bem"?



Sou uma pessoa que habitualmente não tem problemas com arrumadores de carros.
Falo para eles como falo para outra pessoa qualquer, porque a realidade é que é uma pessoa como outra qualquer, mas não exageremos.

No outro dia, na escola dos miúdos estava um arrumador a tentar ganhar uns trocos, não é habito, mas estava.
Estacionei o carro e expliquei-lhe não lhe ia dar moeda, uma vez que ia só buscar os miúdos à escola.

Quando regressei ao carro, lá estava ele.
Eu com um miúdo no marsúpio, outro ao colo e mais a M.
E ele não vai de modas, começa a conversar comigo, mas numa amena cavaqueira.

 Ele: São gémeos?
 Eu: Sim, sim.
 Ele: Ah a minha mãe também era gémea...e continua
 Eu: Pois.

Isto é um ponto final, mas ele não achava que era um ponto final e continuava a falar e a falar e a falar
Eu coloco o T na cadeira, aperto o cinto, M na cadeira dela e tenho de dar a volta ao carro para ir colocar o P na cadeira dele.
O senhor mesmo à minha frente.
Sujo.
Muito sujo.
Sem dentes.
A cheirar mal da boca, sim, ele estava tão perto que o hálito dele chegou às minhas narinas.

Pois então, o menino P, que estava enfiado no marsúpio à minha frente, lança o seu maior sorriso e estica-lhe a mão para um "passou-bem".
Pois claro, quem é que resiste?
Ninguém.
E o senhor, deu-lhe o "passou-bem" e eu só pensava nas doenças que poderiam estar naquele aperto de mão e tentava desviar-me, mas não havia volta a dar, o senhor estava a ser mais que simpático e eu só a querer sair dali para fora com os meus miúdos.

Continuei com a minha vida, mas o senhor também continuou.
O P balbuciou qualquer coisa e ele achou que o P queria cantar para ele e quase que enfia a cabeça dentro do carro, só não enfiou porque eu estava a frente a colocar o cinto ao miúdo.
Lá lhe tento explicar que o miúdo não fala, muito menos canta e que tenho de me ir embora.
Pois ele acompanha-me à minha porta, que é do outro lado do carro e sempre a falar da tia e da mãe que eram gémeas, mas a mãe era má, mas a tia não...

Please!!!

Ass.:
Eu mãe a tentar fugir.


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